Ficha de autora

Natércia Freire
https://www.agendalx.pt/events/event/16976/
Natércia Freire
Romancista, poetisa, ensaísta, tradutora, jornalista, professora do ensino básico

1947 - Prémio Antero do Quental, com Rio infindável

 

1952 - Prémio Antero do Quental, com Anel de sete pedras

 

1955 - Prémio Ricardo Malheiros, com Infância de que nasci

 

1964 - Medaille d'Or de Merite Nationale Français

 

1966 - Diplome D'Honneur de l' Academie de Jeux Floraux de Loine - Ocean

 

1972 - Prémio Nacional de Poesia, com Os intrusos

 

2019 - Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique

Em 1939, começou a escrever a coluna "Cartas de Natércia a Lena" na Vida Ribatejana. Entre 1955 e 1974, coordenou o suplemento literário "Artes e Letras" do jornal Diário de Notícias (a convite do diretor Augusto de Castro), no qual assinou as colunas "Balança", "Breves Notas", "Calendário" e "Largos Dias Têm os Anos" (crítica artística/literária). 

Até 1974, publicou ensaios e poesia em jornais e revistas como Panorama, Atlântico, Ocidente, Acção Popular, Vida Ribatejana, Diário Popular ou Colóquio/Letras, destacando-se alguns artigos:.

Freire, N. (1942). Sozinha. Atlântico. Revista Luso-Brasileira, (1), 117-120.

 

Freire, N. (1943, novembro 21). Minha irmã. Atlântico. Revista Luso-Brasileira, (4), 65.

 

Freire, N. (1947, junho 28). Duas poetisas brasileiras. Atlântico. Revista Luso-Brasileira, (4) [nova série], 60-63.  (ensaio acerca de Henriqueta Lisboa e Haydée Nicolussi)

 

Freire, N. (1950, março 25). Poetisas do Brasil. Atlântico. Revista Luso-Brasileira, (3) [série 3], 1-7. ("conferência pronunciada no Museu Soares dos Reis, do Porto, durante as festas do Maio Florido de 1949, e repetida em Lisboa, no Círculo Eça de Queiroz")

 

Freire, N. (1964). Jardins de Lisboa. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa.  (traduzidos para francês, espanhol, inglês e alemão)

 

Freire, N. (1965). Influências do ultramar na poesia. In Colóquio sobre a influência do Ultramar na arte, 76. LisboaCentro de Estudos Políticos e Sociais/ Junta de Investigações do Ultramar. (volume que reúne comunicações apresentadas no Centro de Estudos Políticos e Sociais no âmbito do Colóquio sobre a Influência do Ultramar na Arte. Este colóquio realizou-se no Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina nos meses de fevereiro e março de 1963.) 

 

Freire, N. (1971, março). As crianças. Revista Colóquio/Letras, (1), 70-71.

 

Freire, N. (1973, novembro). Os instrumentos. Revista Colóquio/Letras, (16), 56.

 

Freire, N. (1975). Ser ou não ser – Pelo amor livre.

 

Freire, N. (1976, setembro). Palavras. A palavra que recebes; O que te pertence. Revista Colóquio/Letras, (33), 76-77.

 

Freire, N. (1998, julho). [Recensão crítica a Tempo de morrer tempo para viver, de Ana Marques Gastão]. Revista Colóquio/Letras, (149/150), 419-420.

 

Freire, N. (n.d.). Canção quimérica [álbum de canções portuguesas].

 

Freire, N. (n.d.). Volta meu amor [composições musicais].

(1974, abril). Revista Gente, (24).

 

Gastão, A. M. (2001, novembro 17). [Entrevista]. Diário de Notícias.

Gastão, A. M. (Org.) (2001). Antologia poética [posf. Ana Marques Gastão]. Lisboa: Assírio & Alvim.

(Inclui inéditos da autora)

 

Nave, A., Duque, J. F. & Sena-Lino, P. (Eds.) (2005). O livro de Natércia [pref. Jorge Sampaio; posf. Natália Correia & José Osório de Oliveira]. Vila Nova de Famalicão: Quasi.

(Antologia de homenagem a Natércia Freire, com a participação e seleção de poemas de Natércia por vários poetas e artistas)

 

Sena-Lino, P. (Ed., Sel.). 33 poemas de Natércia Freire [Pref. e notas Pedro Sena-Lino]. Benavente: Edição do autor. 

Freire, N. (1959). Poesias escolhidas: 1942-1952 [Introd. Jacinto do Prado Coelho]. Lisboa: Portugália.

(Reúne poesias de três livros esgotados da autora: Horizonte fechado, Rio infindávelAnel de sete pedras)

 

Freire, N. (Sel.) (1960). Ribatejo [Introd. e notas de Natércia Freire]. Lisboa: Livraria Bertrand. 

(A antologia Ribatejo é um volume da coleção "Antologia da terra portuguesa", dirigida por Luís Forjaz Trigueiros. Natércia Freire foi a única mulher a colaborar)

 

A sua biblioteca pessoal foi entregue à Câmara Municipal de Benavente. O seu espólio foi entregue à Biblioteca Nacional de Portugal.

Cecília Meireles, Egito Gonçalves, Fernando Pinto do Amaral, João Carlos Celestino Gomes, José Osório de Oliveira, Rachel Bastos, Luís Forjaz Trigueiros, Maria Helena Trigueiros, Afonso Lopes Vieira, Maria Archer, João Gaspar Simões, Alberto de Lacerda, Jacinto do Prado Coelho, Fernanda de Castro, Clarice Lispector, Dinah Silveira de Queiroz, Domingos Monteiro, David Mourão Ferreira, Ana Marques Gastão.

Tanto a autora como a sua obra são mencionadas várias vezes na Atlântico. Revista Luso-Brasileira. Por exemplo, por José Osório de Oliveira no número 3 da revista (1943, março, 15; pp. 203, 205).

 

Corte - Real, I. (2016). Da memória, do amor e do génio: fotobiografia de Natércia Freire. Lisboa: Alêtheia

 

Gonçalves, M. M. (1991, janeiro). No cinquentenário dos Cadernos de poesia. Revista Colóquio/Letras, (119), 183-190.

 

Júdice, N. (2020, janeiro). No centenário de Natércia Freire. Homenagem. Revista Colóquio/Letras, (203), 190-193.

 

Lisboa, E. (1981, janeiro). Recensão crítica a Liberdade solar, de Natércia Freire. Revista Colóquio/Letras, (59), 69-70.

 

Neves, I. (2016). Natércia Freire: Poetisa 1919-2004. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa. 

 

Pitta, E. (1996, abril). Recensão crítica a Obra poética, de Natércia Freire. Revista Colóquio/Letras, (140/141), 284-285.

 

Pitta, E. (2021, julho 11). Natércia Freire. Um poema por semana. Da Literatura. https://daliteratura.blogspot.com/2021/07/natercia-freire.html

 

Quadros, A. (1959). A existência literária: Ensaios. Lisboa: Sociedade de Expansão Cultural.

 

Rosa, A. R. (1962). Poesia, liberdade livre. Lisboa: Livraria Morais.

 

Sena, J. (1983). Líricas portuguesas. Lisboa: Edições 70. 

 

Sena-Lino, P. (2001). Natércia Freire. Benavente: Câmara Municipal de Benavente.

 

Simões, J. G. (2000). Natércia Freire: Anel de sete pedras; Poemas; Poesias escolhidas. In J. G. Simões, Crítica II. Poetas contemporâneos (1938-1961) (Tomo I) (pp. 257-271). Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda.

 

Simões, J. G. (2004). Natércia Freire: A alma da velha casa; A infância de que nasci. In J. G. Simões, Crítica IV. Contistas, novelistas e outros prosadores contemporâneos (1942-1979) (pp. 379-388). Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda.

 

Coelho, J. P. (1990). Dicionário de literatura portuguesa, brasileira, galega (4ª ed.) (pp. 200, 468, 679, 709, 873, 933). Porto: Figueirinhas.

 

Corte Real, I. (2016). Da memória, do amor e do génio: Fotobiografia de Natércia Freire. Lisboa: Alêtheia.

 

Flores, C., Duarte, C. L. & Moreira, Z. C. (2009). Dicionário de escritoras portuguesas: Das origens à atualidade (pp. 278-279). Florianópolis: Editora Mulheres. 

 

Frazão, F. & Boavida, M. F. (1983). Pequeno dicionário de autores de língua portuguesa (pp. 186-187). Lisboa: Amigos do Livro.

 

Lisboa, E. & Rocha, I. (Coords.) (2000). Dicionário cronológico de autores portugueses (pp. 80-81). Lisboa: Publicações Europa-América.

 

Machado, A. M. (Org., Dir.) (1979). Quem é quem na literatura portuguesa (p. 158). Lisboa: D. Quixote.

 

Machado, A. M. (Org. e Dir.). (1996). Dicionário de literatura portuguesa (pp. 203-204). Lisboa: Editorial Presença.

 

Moisés, C. F. (1973). Freire dos Santos, Natércia Ribeiro de Oliveira. In M. Moisés (Dir., Org.), Literatura portuguesa moderna: Guia biográfico, crítico e bibliográfico (pp. 83-84). São Paulo: Cultrix.

 

Sena-Lino, P. (2013). Natércia Ribeiro de Oliveira Freire dos Santos. In J. Esteves & Z. O. Castro (Dirs.), Feminae. Dicionário contemporâneo (pp. 762-763). Lisboa: Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género.

Dickens, C. (n.d.). As aventuras de Pickwick. (N. Freire, Trad.).

 

Dumas Filho, A. (1945). O caso Clémenceau (N. Freire, Trad.). Lisboa: Portugália.

 

Leheman, R. (1944). Uma nota de música: Romance (N. Freire, Trad.). Porto : Tavares Martins.

 

Olívia [pseud.] (1959). Olívia [pref. de Rosamond Leheman] (N. Freire, Trad.). Lisboa: Ulisseia.

 

Terá traduzido as peças A gaivota, de Anton Tchekov (a partir da versão francesa de Elsa Triolet), levada à cena no Teatro D. Maria II (fonte: http://tetra.letras.ulisboa.pt/base/view?action=edit&id=5323Apesar de tudo, de Philipe Hériat, representada no Teatro Avenida (fonte: http://tetra.letras.ulisboa.pt/base/view?action=edit&id=3428), Do alto da ponte, de Arthur Miller (fonte: http://tetra.letras.ulisboa.pt/base/view?action=edit&id=3190). Com a irmã, Maria da Graça Azambuja, traduziu também a peça Para cada um a sua verdade, de Luigi Pirandello, representado em 1955 no Teatro Nacional D. Maria II. Em 2009, essa tradução foi editada em livro, conjuntamente com outras peças, com revisão de José Maria Vieira Mendes e Jorge Silva Melo, pelos Artistas Unidos e Editora Cotovia.

Em 1940, Natércia Freire iniciou uma colaboração com a Emissora Nacional, assinando palestras semanais. No sexto número da Atlântico. Revista Luso-Brasileira (1945, abril 21) - em que também um poema seu é publicado ("E agora é Primavera") - relata-se a homenagem que a autora fez a Mário de Andrade aquando da sua morte: 

"Embora assim ocupemos dois lugares num mesmo número desta revista, consideramos justificada a publicação da palestra que lêmos ao microfone da Emissora Nacional. Para que essa "Meia Hora Brasileira" constituísse, quanto possível, uma homenagem ao poeta, seguiu- -se, à leitura das nossas palavras, a recitação de cinco poemas de Mário de Andrade pela voz comovida da poetisa Natércia Freire. Os poemas escolhidos para êsse fim foram: «Lenda do Céo», «Cantiga do Ai», o XI dos «Poemas da Amiga», o I poema do «Rito do Irmão Pequeno» e o III poema do «Girassol da Madrugada»." (p. 183)

 

Em 1962, organizou as "Tardes poéticas" no Teatro Nacional Dona Maria II. Natércia Freire foi membro da Comissão de Leitura da Fundação Calouste Gulbenkian entre 1971 e 1974.

 

A Câmara Municipal de Benavente instituiu o Prémio Nacional de Poesia Natércia Freire, em 2013.

 

A sua obra foi traduzida para várias línguas (francês, italiano ou grego) e a sua poesia publicada em revistas estrangeiras. Foi igualmente referida em revistas gregas, francesas e italianas.

 

António Ferro sobre a poetisa, no ultimo número da Atlântico. Revista Luso-Brasileira (1950, março 25): "Natércia Freire [...] é, precisamente, uma figura, dentro da poesia portuguesa contemporânea, que exemplifica este sentido monástico, religioso da Poesia, este desinteresse teresse total pela vida rasteira, que até pode ser vivida mas sempre na ansiedade duma vida mais alta, ensimesmamento que não é egoísmo mas oração perniamente diante do mistério da criação, presença de Deus. Natércia Freire, pertence, desta forma, àquela ordem de poetas que procura manter viva, para iluminação das almas que parecem mais refractárias a essa luz, a chama da poesia pura como os monges, aos quais aludi, a chama da fé. Faz parte assim, efectivamente, desse limitado número de poetas que os homens práticos julgam inúteis, porque os acham demar siados subtis, imponderáveis, (um Mallarmé, um Moreas, um Rilke, ou entre nós, um Fernando Pessoa, um Carlos Queiroz, - para citar apenas alguns desaparecidos) aqueles afinal, pairando mais alto, que constituem o céu da Poesia, as suas nuvens caprichosas, sem cálculo, sem premeditação... [...] Os versos de Natércia Freire, versos sentidos, mas quase não escritos, murmurados, mas nunca entoados, são tão alados, tão imateriais, que achei preferível não lhes tocar, com medo que me fugissem, que batessem as asas, se bem que Natércia Freire os diga admiràvelmente porque os diz na penumbra, como se viessem, naquele minuto mesmo, ao seu pensamento. Estranha poetisa esta que parece andar sózinha na vida, debruçada constantemente sobre si própria, atenta, mas como desatenta, ao fio de água da sua alma que flui, corre, que enche de versos, às vezes sem ela dar por isso, os seus olhos, a sua boca, as suas mãos ... Quando a leio ou quando a oiço, irmã de Florbela ou de António Nobre, quando me encontro com a sua alma sonâmbula, quando os seus poemas se desfazem em mim como penas de ave ou flocos de neve, sinto que Natércia Freire não é bem deste mundo mas daquele mundo que contorna o mundo, em que são as almas que revestem os corpos ... Não chego até a perceber se os versos de Natércia Feire vivem dentro dela ou se o contrário, se Natércia Freire é quem vive dentro dos seus versos..." 

No mesmo número, Vasco Lima Couto dedica-lhe um poema.

Elementos Biográficos

Natércia Ribeiro de Oliveira Freire dos Santos
28 de outubro de 1919
Benavente
17 de dezembro de 2004
Lisboa

Pais: Maria Emília da Cunha Freire e João Ribeiro de Oliveira Freire, republicano ligado a grupos socialistas. 

Irmã da escritora Maria da Graça Freire (Maria da Graça Azambuja).

Casada com José Izidro dos Santos Júnior.

Tem uma rua com o seu nome em Benfica (Lisboa).

Dados de Inventário

Identificação dos inventariantes

Ana Mota
Raquel Sabino

logos das entidades apoiantes

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