Ficha de autora

Manuela de Azevedo
Museu Nacional da Imprensa
Manuela de Azevedo
Jornalista, escritora, crítica de arte, professora

1954 - Prémio Fialho de Almeida, com a obra Filhos do diabo

 

1957 - Prémio de Representação do SNI, com a obra Camilo e Fanny

 

1990 - Prémio do Conselho Português da Dança

 

1995 - Comenda da Ordem de Mérito Cultural

 

1997 - Prémio Fundação Guilhermina de Deus Ramos, com a obra João de Deus Ramos: Vida e obra

 

2015 - Comenda da Ordem da Liberdade

 

2016 - Medalha de Mérito Cultural da Câmara de Lisboa

 

2016 - Comenda da Ordem da Instrução Pública

 

Prémio de Representação do Teatro do Povo, com a peça Má sorte

Prémio de Representação do Teatro do Povo, com a peça/obra Camilo e Fanny

Azevedo, M. (1952, junho). Um breve esboço do bailado em Inglaterra. Ler [Espectáculos], (3) [Ano 1], 10-11.

 

Azevedo, M. (1953, janeiro). Cento e cinquenta castelos portugueses. Ler, (10) [Ano 1], 5.

 

Azevedo, M. (1955). O “amor de perdição” (a novela camiliana). Viseu: Separata da Revista Beira Alta, 14.

 

Azevedo, M. (1960). Itinerário romântico de Portugal. Lisboa: Sociedade de Expansão Cultural. (Obra em fascículos, ilustrada por Luís Jardim)

 

Azevedo, M. (1965). Traços da vida de D. Manuel: Último Rei de Portugal. Colóquio. Revista de Artes e Letras, (32), 48-50.

 

Azevedo, M. (1966). Iluminuras e iluminados evocados na Torre do Tombo. Colóquio. Revista de Artes e Letras, (39), 3-13.

 

Azevedo, M. (1967). Porque faço crítica teatral. O Tempo e o Modo [Inquérito], [1ª série], (50/51/52/53), 593-594. Retirado de http://ric.slhi.pt/visualizador/?id=09524.042&pag=43

 

Azevedo, M. (1969). À sombra de Eça e Camilo. Lisboa: Parceria A. M. Pereira.

("Infância e adolescência dos romancistas dadas à luz de novos documentos" - textos inicialmente publicado enquanto série de crónicas no Diário de Notícias, corrigidos e aumentados para publicação neste volume)

 

Azevedo, M. (1970). Columbano. Estudo crítico [Col. Artistas Portugueses do Século XX, 5]. Lisboa: Empresa Nacional de Publicidade.

 

Azevedo, M. (1974). Poesia vária dos Camões em Constância. Constância: Associação da Casa de Camões em Constância.

 

Azevedo, M. (1975). Reaprender a ler e a repensar a poesia política de João de Deus [Separata]. Lisboa: Associação dos Jardins-Escola João de Deus.

 

Azevedo, M. (1976). Alguns homens das cartas a João de Barros. Lisboa: Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis.

 

Azevedo, M. (1977). Cidadão João de Barros. Lisboa: Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis.

 

Azevedo, M. (1977). De Vale de Lobos e Seide com Herculano e Camilo. Santarém: Junta Distrital de Santarém.


Azevedo, M. (1978). Arras por foro de Espanha, de Alexandre Herculano. Lisboa: Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis. (Adaptação por Manuela de Azevedo)

 

Azevedo, M. (1978). Perfil humano de João de Barros. In M. Azevedo (Sel.), João de Barros. Evocação (pp. 9-27). LisboaEdição das Secretarias de Estado da Juventude e Desportos.

 

Azevedo, M. (1980). As mulheres de Camilo. Viseu: Câmara Municipal de Viseu. (conferência)

 

Azevedo, M. (1981). Guerra Junqueiro: A obra e o homem. Lisboa: Edições Arcádia.

 

Azevedo, M. (1983). Soror Mariana à janela de Mértola. Silex. Revista de Letras e Artes.

 

Azevedo, M. (1985). Camilo. O homem e o lugar. Boletim da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão.

 

Azevedo, M. (1985). O bico de gás (Camilo e o jornalismo). Vila Real: Câmara Municipal de Vila Real. 

 

Azevedo, M. (1986). Alguns passos da vida de Camilo e Herculano. Tellus. Revista de Cultura da Câmara Municipal de Vila Real, 19-34.

 

Azevedo, M. (1992). Camões na sociedade do seu tempo. Viseu: Câmara Municipal de Viseu.

 

Azevedo, M. (1997). João de Deus Ramos: Vida e obra. Lisboa: Associação de Jardins Escolas João de Deus/ Editorial Notícias.

 

Rego, R., Azevedo, M. & Baptista, J. (1983). Nosso confrade Herculano [pref. Fernando Piteira Santos]. Lisboa: Casa da Imprensa/ Direcção Geral da Divulgação. 

 

Escreveu guiões para programas de televisão sobre João de Barros e Camilo Castelo Branco (direção de Jorge Listopad) e a versão radiofónica d'O bobo, de Alexandre Herculano (dirigida por Rui Mendes). 

Clímaco, E. (1975, junho 4). Manuela de Azevedo. In Encontro. RTP1. https://arquivos.rtp.pt/conteudos/manuela-de-azevedo/

 

Correio do Ribatejo (2011, abril 8). Entrevista a Manuela de Azevedo. Youtube. https://www.youtube.com/watch?v=XSZYZ1_AUmU 

 

Entrevista a Manuela de Azevedo na sua casa. (2007). Museu Nacional da Imprensa. http://www.museudaimprensa.pt/galeria_manuela-azevedo/video/?videochoice=2

 

Escrever foi sempre uma necessidade (2015, setembro 4). Correio do Ribatejo. Retirado de http://www.museudaimprensa.pt/galeria_manuela-azevedo/recortes/recortes/01varios/2015-09-09_correio-do-ribatejo-leg-pdf-.jpg.pdf 

 

Gonçalves, L. (2006). Apaixonei-me por Camões. Faces de Eva. Revista de Estudos sobre a Mulher, (16). Lisboa: Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa/Edições Colibri.

 

Teles, A. T. (2013, outubro 25). Fui uma jornalista igual aos outros. Diário de Notícias. Retirado de https://www.dn.pt/revistas/nm/fui-uma-jornalista-igual-aos-outros-3497015.html

Azevedo, M. (Sel.) (1971). Cartas a João de Barros [pref. e notas Manuela de Azevedo]. Lisboa: Livros do Brasil.

 

Azevedo, M. (Sel.) (1978). João de Barros. Evocação [pref. Manuela de Azevedo]. Lisboa: Edição das Secretarias de Estado da Juventude e Desportos.

(“Discursos proferidos em Sessão realizada no Palácio Foz a 4 de novembro de 1977 por iniciativa da Secretaria de Estado da Juventude e Desportos para apresentação do «Caderno FAOJ». Cidadão João de Barros. Manuela de Azevedo selecionou os textos)

 

Azevedo, M. (Sel.) (1982). Cartas políticas a João de Barros [pref. e notas Manuela de Azevedo] [Col. Temas Portugueses]. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda.

 

Azevedo, M. (Coord.) (2000). A Camões: Colectânea de estudos comemorativa da inauguração da Casa-Memória de Camões em Constância. Lisboa: Edições Colibri.

 

Azevedo, M. (Coord.) (2000). Os mares de Camões: (actas) VI Forum Camoniano. Lisboa: Edições Colibri.

 

Azevedo, M. (Coord.) (2001). Fim do milénio/ Foruns VII e VIII dos encontros camonianos. Lisboa: Edições Colibri.

 

Azevedo. M. (Sel.) (2010). Cartas de Manuel Teixeira Gomes a João de Barros [pref. e notas Manuela de Azevedo]. Portimão: Câmara Municipal de Portimão.

(A segunda edição desta obra, de 2018, é da responsabilidade da Câmara Municipal de Portimão e da Câmara Municipal da Figueira da Foz) 

Doou centenas de obras de arte à Casa Museu Anselmo Braancamp de Santarém; doou a sua colecção de pintura e cerâmica, a sua biblioteca geral e a sua biblioteca camoniana à Câmara Municipal de Constância; doou outras obras de arte à Casa Memoria de Camões

Relacionou-se com Humberto Delgado, Henrique Galvão, Urbano Tavares Rodrigues, Aquilino Ribeiro, Norberto Lopes, Norberto de Araújo, Joaquim Manso, João de Barros, Marcelo Rebelo de Sousa.

Foi amiga de Maria Lamas e de Eugénia Cunhal, irmã de Álvaro Cunhal.

Pereira, J. C. S. (1982, setembro). Recensão crítica a Guerra Junqueiro, de Manuela de Azevedo. Revista Colóquio/Letras, (69), 90-91.

 

Simões, J. G. (2001). Manuela de Azevedo. Camilo e Fanny. In J. G. Simões, Crítica VI. O teatro contemporâneo (1942-1982) (pp. 69-72). Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda.

 

Vasques, E. (2001). Mulheres que escreveram teatro no século XX em Portugal (pp. 158, 225, 422). Lisboa: Edições Colibri.] 

 

Citada em

Gomes, P. M. (2019, set-dez). "Por uma informação ao serviço do processo revolucionário": O "caso dos 24" do Diário de Notícias na revolução portuguesa. Revista Tempo e Argumento11(28), 261- 292. doi: https://doi.org/10.5965/2175180311282019261 

 

Santos, R. (2020). Vida Mundial Ilustrada e a rádio. Media & Jornalismo20(37), 111-130. doi: https://doi.org/10.14195/2183-5462_37_6 

 

Ventura, I. (2014). A entrada das mulheres nas redações portuguesas: Uma revolução antes da Revolução?. In S. I. Magalhães & T. Alvarez (Orgs.), Mulheres e media (pp. 9-15). Lisboa: APEM – Associação Portuguesa de Estudos sobre as Mulheres.

Alperovitch, E. (1973). Azevedo, Manuela Saraiva de. In M. Moisés (Dir., Org.), Literatura portuguesa moderna: Guia biográfico, crítico e bibliográfico (pp. 24-25). São Paulo: Cultrix.

 

Bernardes, J. A. C., Castro, A. P., Ferraz, M. L. A., Melo, G. C. & Ribeiro, M. A. (Dirs.). BIBLOS. Enciclopédia verbo de literaturas de língua portuguesa (vol. 1) (pp. 498-499). Lisboa/S. Paulo: Editorial Verbo.

 

Coelho, J. P. (1990). Dicionário de literatura portuguesa, brasileira, galega (4ª ed.) (pp. 96, 509, 679). Porto: Figueirinhas. 

 

Flores, C., Duarte, C. L. & Moreira, Z. C. (2009). Dicionário de escritoras portuguesas (pp. 180-181). Florianópolis: Editora Mulheres.

 

Lisboa, E. & Rocha, I. (Coords.) (2000). Dicionário cronológico de autores (vol. 4) (p. 448). Lisboa: Publicações Europa-América.

 

Machado, A. M. (Org., Dir.) (1979). Quem é quem na literatura portuguesa (p. 122). Lisboa: D. Quixote.

Antifascistas da resistência (2015, agosto 29). Manuela de Azevedo (1911-2017). A primeira jornalista portuguesa a ter carteira profissional foi esta democrata e lutadora antifascista. Várias vezes viu os seus textos serem proibidos pela censura, mas nunca deixou de combater o regime do Estado Novo. [Imagem anexada].  Facebook. https://www.facebook.com/FascismoNuncaMais/photos/manuela-de-azevedo-1911-2017-a-primeira-jornalista-portuguesa-a-ter-carteira-pro/760041190771929/

 

Foto – Auto-retrato. (2014). Porto: Museu Nacional da Imprensa. http://www.museudaimprensa.pt/galeria_manuela-azevedo/livros/?gal=0&picture=29

 

Manuela de Azevedo. Jornalista e escritora. [Vídeos] (n.d.). http://www.museudaimprensa.pt/galeria_manuela-azevedo/video/?videochoice=1

Cholokov, M. A. (1972). Morreram pela Pátria (M. Azevedo, Trad.). Lisboa: Edições Europa-América. (tradução a partir das versões francesa e italiana)

Manuela de Azevedo foi a primeira jornalista profissional em Portugal (e a única, durante muitos anos), tendo recebido a carteira profissional em 1935. Foi também a primeira redatora do sexo feminino no jornal República. Desempenhou a profissão neste jornal, no Diário de Lisboa e no Diário de Notícias. Entre 1943 e 1945, foi chefe de redação da Vida Mundial e da Vida Ilustrada. Foi correspondente da Folha de São Paulo, do Die Press (Viena) e do Der Schauspiel-Füher. Colaborou também com a agência France Press.

Escrevia sobre temas sensíveis na época ditatorial, tais como a legalização da eutanásia (escreveu um artigo intitulado "Matar por piedade", que foi censurado), o aborto ou a miséria laboral e as desigualdades sociais no país. No início da sua carreira jornalística, recusou-se escrever na secção que lhe estava destinada, "Tribuna da Mulher", por ser contra a distinção em função do género. Foi crítica de arte e de teatro (optou por escrever sobre estes temas porque os seus artigos eram constantemente censurados). A título de curiosidade, destaca-se o ter conseguido entrevistar Ernest Hemingway, Eva Perón e o Rei Humberto de Itália (esta última entrevista à revelia da PIDE). Após o 25 de abril, foi uma das jornalistas saneadas do Diário de Notícias. Reformou-se com 82 anos.

Foi professora de português e francês no Grande Colégio Português em Viseu antes do jornalismo. Foi membro da primeira direção da Sociedade Portuguesa de Escritores, tal como do Conselho Nacional de Bailado e da direção da Cooperativa de Estudos e Documentação em Lisboa. Criou o Centro de Acolhimento a crianças pobres, em Mangualde e participou na fundação do Centro Experimental de Ballet, que veio a tornar-se no Ballet Gulbenkian. Fundou a Casa-Memória de Camões em Constância (reconhecido com o estatuto de Utilidade Pública),  de que foi Presidente e Presidente Honorária. 

 

Manuela de Azevedo escreveu algumas peças de teatro não publicadas: O colar de pérolas (comédia em quinze minutos e três atos, espetáculo de homenagem a Alves da Cunha); Camões: A rixa do Trinca-Fortes (Camões) no dia do Corpus Christi ¹; O homem que não queria falar: 3 actos (Arq. TN 198.01; levada à cena no Teatro da Trindade nos anos quarenta, mas consta que pode ter sido retirada  por motivos políticos). Em colaboração com José Ribeiro dos Santos, escreveu O cavaleiro das ondasMeninas de colégio e O dono da casa. Esta última teria Erico Braga como protagonista e seria representada no Teatro Variedades -Parque Mayer, mas foi proibida pela censura pela parecença entre o protagonista e a carreira política de Salazar¹. A peça O cavaleiro das ondas foi recusada, também por motivos políticos, pela Companhia do Teatro Nacional. A peça Má sorte também deverá ter sido escrita em conjunto com José Ribeiro dos Santos (levada à cena nos anos trinta, no Teatro Desmontável, em Lisboa). Também com José Ribeiro dos Santos e com Luís Oliveira Guimarães, escreveu a peça Conheceram-se em Paris.

Fez várias conferências, tanto relacionadas com jornalismo, como com figuras relevantes da literatura portuguesa, como Gil Vicente, Alexandre Herculano ou Luís de Camões.

 ¹Fonte: Museu Nacional da Imprensa

Elementos Biográficos

Manuela Saraiva de Azevedo
31 de outubro de 1911
Lisboa
10 de fevereiro de 2017
Lisboa

Manuela de Azevedo nasceu em Lisboa, mas passou a infância em Mangualde e Lamego e estudou em Viseu. Escreveu os seus primeiros versos, publicado no suplemento infantil do jornal O Século, com onze anos de idade.

Confrontada com essa escolha, desistiu do casamento, optando pela carreira de jornalista.

Filha de Anselma Saraiva de Azevedo e de António Albuquerque Azevedo, republicano e fundador do Notícias da Beira Alta e correspondente d' O Século. Manuela de Azevedo faleceu com 105 anos de idade, constituindo-se, nessa altura, e segundo o Museu Nacional da Imprensa, como a "repórter mais antiga do mundo".

Em entrevista disse: "O jornalismo pôs-me em contacto com a vida". 

Tem uma rua com o seu nome em Mangualde.

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