Ficha de autora

Alice Gomes
Alice Gomes
Pedagoga, escritora, tradutora

1974 - Escolhida para candidata portuguesa ao Prémio Internacional Hans Christian Andersen

 

2008 - A Câmara Municipal de Tabuaço criou o Prémio Alice Pereira Gomes atribuído ao mérito de trabalhos de projeto realizados nas escolas de 1º ciclo do concelho

 

2011 - A Biblioteca Nacional apresentou a exposição “Alice Gomes: Poesia e Prosa de uma Vida”, de forma a homenagear a sua vida e obra

 

2018 - A União de Freguesias de Paradela e Granjinha homenageou Alice Gomes, nasceu na freguesia da Granjinha que agora tem em sua homenagem uma rua alusiva

Gomes, A. (1980). Introdução. In S. M. Costa, Inquérito ao livro infantil. Portugal

Revista Vida Mundial em 1970.

 

Jornal República em 1972.

 

Gomes, A. (1955). Poesia para a Infância. Lisboa: Editora Ulisseia.  

(Sel. e introd. por Alice Gomes; é a sua antologia mais conhecida; 39 poetas portugueses, 9 brasileiros - só 7 são mulheres; Ilustrações de Costa Pinheiro; reeditado em 1974)

 

Gomes, A. (1966). Poesia da Infância. Lisboa: Editora Ulisseia.   

(Antologia de poemas de crianças; Arranjo gráfico de Cruzeiro Seixas; Ilustrações de várias crianças da Escola de Arte de Cecília Menano; Capa de Leonor Calver da Costa (5 anos); Prefácio escrito em outubro de 1965, interessante para o estudo da literatura infantojuvenil.)

O espólio de Alice Gomes foi doado à Biblioteca Nacional pelo filho, Prof. Doutor João Paulo Monteiro, a 25 de janeiro de 1984. O acervo guarda textos poéticos (21 documentos) e de ficção, em particular de literatura infantil, subsistema literário em que foi substancialmente reconhecida. Tem também textos e documentos de intervenção pedagógica, textos dramáticos, originais de traduções e adaptações, desenhos e alguma correspondência própria e de terceiros. 

 

Biblioteca Nacional. Espólio de Alice Gomes. - 1923-1983. - 13 cx. (335 doc.); 35x30x10 cm. - Conjunto constituído por: manuscritos da autora (poesia, textos de ficção, textos pedagógicos, teatro, adaptações); cartas recebidas e enviadas; documentos biográficos; pequenas publicações; recortes de imprensa; fotografias; manuscritos (prosa, etc.) e cartas de terceiros. COTA: Esp. E10.

Juntamente com outras personalidades como Maria Lúcia Namorado, Calvet de Magalhães, João Couto, Cecília Menano, fundou, em 1957, a Associação Portuguesa para a Educação pela Arte, da qual foi a primeira presidente.

Lopes, M. J. C. (2015). Pioneiras da educação pela arte: enfoques biográficos sobre Alice Gomes, Cecília Menano e Maria Manuela Valsassina (Tese de doutoramento). Évora, Universidade de Évora. Retirado de http://hdl.handle.net/10174/16684

Gomes, J. A. (1997). Para uma História da Literatura portuguesa para a infância e a juventude. Lisboa: Instituto português do Livro e das Bibliotecas (IPLB).

  

Rocha, N. (1984). Breve história da literatura para crianças em Portugal [Série Literatura]. ME/ICALP Biblioteca Breve.

Oliveira, A. L. (1981). Dicionário de mulheres célebres. Porto: Lello & Irmão Editores.

 

Rocha, I.  (1999). Dicionário cronológico de autores portugueses (vol. VI). Lisboas: Edições Europa-América.

 

Página e perfil do movimento Antifascistas da Resistência:http://antifascistasdaresistencia.blogspot.com/?fbclid=IwAR3h7AFySv2SDfzQH5Qt7PzBkFUO2uB_O0VNH1oKbjHXorKZvYufahxpvlg

Raiz e Utopia – Página oficial do Centro Nacional de Cultura

https://e-cultura.blogs.sapo.pt/alice-gomes-312007

Traduziu, entre obras de caráter pedagógico (Feliz idade de Sigrid Unset, Escuta, mamã de Jacqueline Yves) e obras literárias (O pastor de Kotchany de Constantino Fedine, Duplo engano de Prosper Mérimée), a primeira edição do Principezinho de Antoine de Saint-Exupéry em Portugal e que data de 1959.

Alice Gomes fez os Estudos Liceais e o Curso da Escola do Magistério Primário na cidade do Porto. Foi professora metodóloga no Instituto Normal Primário do Porto, mudando-se depois para Lisboa, onde deu aulas no Ensino Infantil e nas Escolas Primárias do Liceu Charles Lepierre. Promoveu exposições de desenhos e outros trabalhos escolares infantis, escreveu teatro, contos e romances para crianças e traduziu, entre outros livros, O príncipezinho de Saint-Exupéry. Colaborou em jornais e revistas com poemas, contos e artigos de teor educativo. Em 1954, organizou e assinou o prefácio da antologia Poesia para a infância. A partir de 1967, dedicou-se exclusivamente a escrever para crianças. Pertenceu à Sociedade Portuguesa de Escritores, sócia fundadora da Associação Portuguesa para a Educação pela Arte, em 1957, com Calvet de Magalhães, João Couto, Cecília Menano e Maria Lúcia Namorado. Em 1973, foi eleita candidata de Portugal ao Prémio Internacional de Literatura Infantil Hans Christian Andersen, sendo, à data da sua morte, Presidente da respetiva Assembleia-Geral.

Alice Gomes foi uma mulher com um papel muito relevante da literatura para a infância, quer enquanto pedagoga, quer enquanto autora. Desenvolveu, desde meados dos anos 50, um estilo de escrita com uma temática inspirada nas mais modernas correntes estrangeiras contemporâneas, em que a natureza e os animais eram cenário e personagens de eleição. Foi sempre muito atenta à opinião das crianças, tendo inclusive recolhido um conjunto de poemas criados por crianças. Alice Gomes destacou-se nesse esforço de conciliar e de interligar os papéis de professora e de autora: a autora encontrou no universo escolar, nas aulas e no recreio, alguns dos temas das suas histórias; a professora ajudou a autora, permitindo-lhe compreender melhor o seu público.

Como escritora, interessava-lhe ajudar a formar o carácter dos seus pequenos leitores, mas desejava também transmitir-lhes o prazer da leitura, por isso, ajudada pelo contacto quotidiano com crianças, foi junto delas que encontrou os motivos das suas histórias, dos seus poemas e dos textos dramáticos que escreveu e foram encenados em grandes salas.

Como professora, fomentou e pôs em prática o “método dos projetos” (recolha e apresentação na aula de materiais que facilitem e ilustrem a aprendizagem). Também levou à prática experiências de organização de bibliotecas de permuta, museus e festas escolares.

Destacou-se como dinamizadora da educação pela arte, não apenas estimulando o teatro infantil, os fantoches, o desenho, como todas as manifestações de criatividade enquanto formas de tornar o ensino mais motivador. 

Alice Gomes, foi uma das mais ativas colaboradoras da revista Presença, na sua segunda fase (1933-1938); antifascista, conheceu com o seu marido, o escritor Adolfo Casais Monteiro, os calabouços da PIDE, onde esteve durante vários meses no ano de 1937, data que marca a sua expulsão da atividade docente.

Foi membro do Socorro Vermelho Internacional, movimento de apoio aos republicanos espanhóis durante a Guerra Civil de Espanha.

Pertenceu à Sociedade Portuguesa de Escritores, foi membro do Comité Português para a UNICEF, da Sociedade Internacional através da Arte, e da Sobreart (Sociedade Brasileira).

 

O seu nome faz parte da toponímia de Almada (Rua Alice Gomes), Cascais (Freguesia de São Domingos de Rana – Rua Alice Gomes) e Tabuaço (Rua Alice Pereira Gomes).

Elementos Biográficos

Maria Alice Soeiro Pereira Gomes Casais Monteiro
24 de agosto de 1910
Granjinha, Tabuaço
16 de outubro de 1983
Lisboa

Era irmã de Joaquim Soeiro Pereira Gomes (1909-1949), escritor, e de Alfredo Soeiro Pereira Gomes (1919-2006), matemático. Foi casada (1934-1955) com Adolfo Casais Monteiro (1908-1974). O filho, João Paulo Monteiro (1938-2016), foi um reconhecido professor, tradutor e filósofo no Brasil.

Dados de Inventário

Identificação dos inventariantes

Cláudia Sousa Pereira
Raquel Sabino

logos das entidades apoiantes

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